Na cidade de São Paulo, o campo da saúde mental em sua interface com a violência vem se ampliando desde o momento da implantação dos primeiros serviços de atendimento multiprofissional e multidisciplinar às mulheres em situações de violência, na década de 90. O Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde faz o atendimento em saúde mental às mulheres em situação de violência doméstica, sobretudo aquela que ocorre entre homens e mulheres que mantêm uma relação conjugal. Este tipo de ocorrência de violência doméstica corresponde também à maior parte dos casos atendidos em outros serviços do mesmo tipo.
O crescimento da violência no plano das relações privadas, das relações conjugais, segundo Paulo Henrique Martins (1997), tem a ver com a desintegração dos modelos familiares dominantes. O estilhaçamento dos antigos modelos de relações tem provocado vários efeitos, como o surgimento de novas figuras de homem e de mulher, de novas formas de se relacionar, novas sexualidades, conflitos, medos, ressentimentos, inseguranças e até mesmo situa-ções de violência, quando o respeito ao outro e a suas escolhas não é possível.
Autora: Paula S. N. Francisquetti